quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

CONSPÍCUO: SER OU NÃO SER?

Tenho o costume prazeroso de me ater em palavras esquisitas durante as minhas leituras, principalmente naquelas palavras cujo significado eu ignoro completamente.
Parece que elas me atraem de uma forma pegajosa. É só “bater os olhos” e lá vou eu folhear o dicionário para decifrá-las. Virou um vício.
E com o dicionário aberto é lógico que outras “esquisitas” aparecem e aguçam ainda mais a minha curiosidade.
E vou mais além dentro de todo este processo. Ao tomar conhecimento do significado da palavra esquisita, fico procurando encaixa-la em situações que acontecem no cotidiano, seja no meu ou no dia a dia do mundo. E também me divirto repartindo a curiosidade com outros.
Estava eu, despretensiosamente lendo uma revista com comentários de um livro sobre D. Pedro II, quando ela começou a piscar pra mim:
“Conspícuo”, “Conspícuo”, “Conspícuo”.
Que diacho será isso, pensei comigo! Fui procurar...e achei!
E confesso que gostei do termo: “Conspícuo”.
E não é que tem um pouco a ver com as coisas que acontecem.
O ser humano deve se esforçar para ser “conspícuo” em todos os momentos da vida. É uma condição que alivia, que enobrece e que nos deixa mais leves para enfrentar as batalhas da vida.
Ser ou estar “Conspícuo” é uma das maneiras de se integrar positivamente na comunidade em que vivemos, lutando para melhorá-la e colaborando para o bem estar de todos.
Mas não pense que é fácil ser “Conspícuo”. É difícil. Muitas vezes fazemos questão de não o sê-lo, o que não é de todo modo negativo se estivermos imbuídos de boas intenções para com os outros.
Nem sempre as situações nos permitem ser “Conspícuos”. Quem consegue assumir esta condição a todo o momento pode se considerar um felizardo.
Ser “Conspícuo” às vezes nos traz problemas. Ciúme, inveja, medo, sei lá! O que sei é que não é fácil ser ou conviver com pessoas “conspícuas”
Num mundo competitivo e repleto de interesses nem sempre bons, cada vez mais nos deparamos com situações esquisitas e estranhas, produzidas (e não assumidas) por pessoas que não gostam (ou não podem) aparecer.
“Conspícuos”? De forma alguma. Apenas hipócritas.
Você já se sentiu assim, enfrentando grandes batalhas no dia a dia, lutando com todas as suas forças para derrotar os inimigos do momento (dinheiro, saúde, emprego, etc), enquanto outras forças conspiravam para a sua derrota ou para atrapalhá-lo?
Tenho certeza que sim. Já passou e ainda pode passar. Lutar contra essas coisas e com pessoas que se comportam assim faz parte deste enfrentamento diário dos problemas.
Temos que ser guerreiros. E os grandes guerreiros têm uma postura diferente. Eles valorizam os outros grandes guerreiros. Os grandes guerreiros se respeitam. Lutam com honra. São visíveis. São “Conspícuos”.
Esta é uma condição da qual não podemos abrir mão hoje em dia: ser visível. Nesta batalha diária da vida é preciso ser visível, é preciso lutar pelos nossos objetivos, mas, acima de tudo, é preciso ter hombridade para enfrentar os inimigos, para que tanto na vitória quanto na derrota a gente não perca a condição de guerreiro.
Quantas pessoas lutam, mas não sabem de qual lado se posicionar durante a batalha? Quantas pessoas fingem lutar, enquanto traem o lado em que se encontram? Quantas esperam o término da batalha para se aliar, de modo interesseiro, aos vitoriosos? Quantas pessoas se escondem das batalhas enquanto outros guerreiros se mostram empenhados em defender a sua bandeira?
São Guerreiros? Não, são apenas grandes hipócritas!
Segundo a mitologia os deuses conspiram a favor dos bons guerreiros, por mais cruel que tenha sido a batalha. Os deuses não aceitam as batalhas “atrás das cortinas” ou “debaixo dos panos”, com jogadas às escondidas e de modo sorrateiro.
Os deuses sabem que algumas batalhas podem ser vencidas desta maneira, mas imaginar que o resultado final da guerra será também assim, é não querer acreditar numa Lei Universal muito maior que tudo isso.
Os guerreiros verdadeiros sabem disto. E é por isso que não tem receio de entrar na batalha de peito aberto ... visível. Ser guerreiro é assumir posturas dignas, tanto na vitória quanto na derrota. Ser guerreiro é não se esconder.
Ser guerreiro é ser “Conspícuo”. É ser assim: Ser Visível.

Um comentário:

Anônimo disse...

para quem não entendeu...
conspícuo(a)
[Ant.: Inconspícuo(a) = indistinto, que não se percebe de imediato]

Algo que chama a atenção = chamativo(a), bem visível, notável

J. Márcio

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