domingo, 11 de julho de 2010

SAPO DE FORA É O QUE CHIA



          As pessoas me perguntam por que é que os meus textos sempre fazem referência à política, com críticos aos políticos.
          Discordo, em partes. Gosto da política, vivo no meio político, mas não concordo com certos políticos, principalmente os populistas que insistem em adotar práticas covardes e praticam todo tipo de sujeira para se manterem ou voltarem ao poder.
          Já disse em outro texto que errar todo mundo erra. Mas é preciso, ao menos, se preocupar com a manutenção de certos princípios na vida pública, já que os agentes políticos devem trabalhar de acordo com a vontade da maioria da população.
          Por esta razão é que as mudanças são tão combatidas pelo grupo de políticos que se especializou em manipular e se aproveitar da opinião pública, fazendo dos governos o quintal da sua casa, ou seja, fazem o que bem entendem para satisfazer os seus interesses pessoais e financeiros.
         Temos inúmeros exemplos de políticos que se enriqueceram e enriqueceram gente próxima enquanto estiveram no poder, fazendo todo o tipo de “maracutaia” com o dinheiro público.
          Por outro lado, também temos aqueles políticos bem intencionados, que apesar de uma postura austera e capaz na administração pública, não conseguiram se manter no poder e abriram espaço para a volta dos “corruptos” e “incapazes”.
          É para esse último grupo que faço uma adaptação de um texto do Paulo Coelho.
          Segundo o escritor, vários estudos biológicos demonstram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que aquecemos o líquido. O sapo não reage ao gradual aumento de temperatura e morre quando a água ferve. Morre inchado e feliz.
          Já outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo, salta imediatamente para fora.
          Meio chamuscado, porém vivo!
          Às vezes, nós agimos como sapos fervidos. Não entendemos, não percebemos ou não nos importamos com as mudanças. Achamos que está tudo muito bom, ou que é questão de tempo para as coisas melhorarem.
          Algumas vezes estamos prestes a morrer, mas, mesmo assim, continuamos boiando, apáticos, enquanto a temperatura da água aumenta a cada minuto.
          Acabamos morrendo, inchadinhos e felizes, sem termos percebido as mudanças à nossa volta.
          Paulo Coelho termina seu texto dizendo que há sapos fervidos que ainda acreditam que o fundamental é a obediência, e não a competência: manda quem pode, e obedece quem tem juízo.
          O que você prefere e como você tem se comportado em sua vida? Esta boiando e prestes a morrer ou pretende sair meio chamuscado de uma situação, mas vivo e pronto para agir e reagir.

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