quarta-feira, 5 de novembro de 2008

OS TERMOS SEMPRE ATUAIS DA POLÍTICA

Piadinha que corre no meio da comunidade: Passada as eleições, se Panone e Becão somarem os apoios que estão recebendo depois da vitória nas urnas, verão que poderiam ter chegado aos quase 15 mil votos. Algumas pessoas já pensam em pedir uma recontagem ao TSE.

Assim como “Não se chuta cachorro morto”, muita gente só “cutuca a onça depois de morta”. E ainda fazem questão de posarem de heróis, como se tivessem tido uma participação decisiva para o resultado final.

Essas e outras estórias já fazem parte do folclore político e, tenho certeza, acontecem m todos os municípios. E sempre acontecerá como uma das velhas máximas do mundo político.

É comum as pessoas “saírem da toca” e se exporem depois de tudo resolvido, para adotarem posteriormente, sem desgaste, uma posição mais aberta em relação às suas preferências eleitorais. Um modo mais cômodo.

Só é preciso tomar cuidado para não cairem no ridículo.

Algumas dessas pessoas que se escondem da batalha acirrada em torno do candidato, são as mesmas que batem no peito e dizem “não depender da política”. Uma posição contraditória, sem dúvida. Se não dependem da política, por que o medo de exporem as suas opiniões e preferências, além de não se apresentarem nas trincheiras da batalha eleitoral.

Coisas da política que não deviam existir mais.

E existem outros termos:

“Ficar com o pé em duas (ou mais) canoas” – É muito comum. O grande segredo daqueles que adotam esta “filosofia eleitoral” é ficarem numa posição onde possam dar a entender que estão de bem com todo mundo...não necessariamente simples assim. Na frente de um candidato dizem que o apóia incontestavelmente e na frente do outro assumem posição semelhante em relação a este outro.

A grande maioria dos políticos-candidatos se engana facilmente com pessoas assim. E fica sempre aquela dúvida se o “fulano” realmente cumpriu o prometido com o seu voto. E muitos políticos se assustam quando descobrem que, na verdade, todo aquele discurso de apoio foi terrivelmente hipócrita.

“Ficar em cima do muro” – Esta posição é diferente da anterior. Enquanto quem “fica com o pé em duas canoas” engana os candidatos, aqueles que “ficam em cima do muro” só decidem o seu voto a poucos dias das eleições. E o seu voto vai depender de dois fatores básicos: ou o recebimento de um “favorzinho” ou a certeza da vitória de um dos candidato, que é o momento que prefere para descer do muro e se manifestar.

Qual das duas posições é a pior numa democracia e num estado de liberdade de expressão?

É difícil saber. Cada indivíduo tem uma opinião.

Freqüentemente depois das eleições, quer seja no campo dos derrotados ou no dos vitoriosos, a tendência é que muitos busquem a mudança do “status quo” originado durante a campanha eleitoral.

Sendo assim, outra batalha surda começa a ser iniciada no front político.

Num primeiro momento aqueles que “ficaram com os pés em duas canoas” e os que “ficaram em cima do muro” tentam ganhar espaço no terreno vitorioso, adotando a partir daí a máscara de apoiadores incondicionais dos eleitos.

Paralelo a isto, mas com muito mais solidez e muito mais às escondidas, começam a acontecer os sinais da “bandeira branca”, sinalizando uma trégua pós-batalha que pode trazer consigo outros desdobramentos.

Com isso, um novo termo tem ganhado força nas últimas eleições e, para não perder a comparação com as enormes batalhas que são vividas no mundo político, foi tirado da “Guerra do Golfo”, na ofensiva bélica contra o Iraque.

Como político tem horror a inimigos, a preferência de alguns é desmantelar o “quartel general” do adversário trazendo para perto de sí quem, até pouco tempo, estava em posições contrárias.

O "pelotão" que enfrentou com ele a dura batalha é colocado em segundo plano. É nesta hora que surge o outro termo que me referi acima: o “Fogo Amigo”.

Acontece que na política as coisas acontecem de um modo diferente e qualquer decisão deve ser repensada com vistas ao futuro.

Não dá certo se aproximar dos inimigos "abrindo fogo" contra os amigos.

Surge também, neste período, outro grande problema para esses políticos, que é impedirem que, com essas estórias de “canoas”, “muros” e “fogo amigo”, se comece a tomar os ares do front a sensação de que são todos “farinha do mesmo saco”.

Exemplos é o que não faltam!

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