terça-feira, 18 de novembro de 2008

E SE NÃO FOSSE A CANA...

Não fosse a cana...os moradores da Santa Cruz estariam tendo dias mais tranqüilos em relação a segurança de suas residências e dos pedestres.
Não fosse a cana...a rede de energia elétrica e telefônica não estaria sendo danificada constantemente pelo abuso dos treminhões.
Não fosse a cana...o trânsito de algumas ruas da cidade não estaria tão perigoso e caótico.
É assim, a mais pura verdade, sem qualquer demagogia.
A época da safra da cana-de-açúcar, que com os avanços da tecnologia agronômica parece que está mais longa, traz oportunidades para muitas famílias de trabalhadores rurais, mas traz também enormes transtornos para os municípios.
Um deles é o que estamos vivendo atualmente em Descalvado, problema que parece ter se acentuado pelo crescimento da produção agrícola do setor.
O trânsito dos caminhões canavieiros em ruas da zona urbana, principalmente na Avenida Lázaro Timótheo do Amaral, no bairro Santa Cruz, tem ocasionado sérios problemas para os moradores e empresários daquela região, porque constantemente esses veículos derrubam os fios de energia elétrica e cabos telefônicos, além de danificar postes residências de energia e alambrados de propriedades.
Já por duas sessões da Câmara Municipal o vereador Aldo Fregonezi (PTB) tem mostrado, em plenário, fotografias desses estragos.
É coisa absurda! Um total desrespeito para com o cidadão, que vê o seu patrimônio e a segurança de sua família sendo feridos por pessoas irresponsáveis e inconseqüentes, que carregam os caminhões muito acima do limite permitido e por onde passa vai arrastando a fiação que se encontra pela frente.
O que fazer? Apenas esbravejar e se lamentar pelos estragos?
Lógico que não!
É preciso que se tomem providências urgentes para disciplinar este trânsito abusivo de treminhões pelas ruas da cidade.
E tem como resolver este problema?
Tem sim, e muitas autoridades podem enfrentá-lo, desde que tirem o “bumbum” da cadeira e se mexam para defender a população que espera deles o trabalho a que se propuseram.
Falta vontade em final de mandato? Lógico que falta, mas este problema não é de agora e deveria ter sido administrado antes, porque alertas não faltaram sobre os problemas com o início da safra da cana.
Faltam meios legais para impedir este trânsito? Não, não faltam!
As autoridades municipais têm o poder (e o dever) de disciplinar o trânsito nas ruas da cidade, de modo a facilitar o tráfego de veículos e garantir a segurança do cidadão.
Simples assim?
Sim, simples, basta querer!
Na Câmara Municipal, há um bom tempo atrás, no ano passado, este assunto já foi debatido e inúmeras soluções foram apresentadas.
Uma delas foi a construção de uma estrada vicinal interligando as estrada Guilherme Scatena (Usina Ipiranga) e a José Perna Sobrinho (Usina Santa Rita), uma obra que se mostrou possível e que envolveria parceiros como as duas usinas e os transportadores de cana.
Simples assim?
Sim simples, bastava querer atacar o problema naquela oportunidade!
Nada foi feito e o que vemos hoje é um verdadeiro “caos” dentro da cidade. Um desrespeito total com o direito dos cidadãos.
Caso de polícia? Sim, caso também para a polícia.
A autoridade policial responsável pelo cumprimento da legislação de trânsito e tráfego de veículos pode fazer algo também?
Não só pode, como deve!
Dizer num caso extremo desses que apenas resta a Polícia Militar a aplicação da multa não me parece um argumento convincente.
Além da preocupação com todos os aspectos que envolvem a segurança do cidadão, que é a missão principal do policial, disciplinar o trânsito e zelar para que sejam respeitadas as normas vigentes se encaixam dentro das suas funções.
Pode a autoridade policial impedir que um veículo trafegue fora das especificações da Lei de Trânsito, como é o caso dos caminhões com excesso de carga, tanto na tonelagem quanto na altura do que carrega?
Não só pode, como deve!
A produção da cana de açucar é problemática no Brasil, apesar do volume de negócios que a envolver. Não podemos nos esquecer que relacionado à produção da cana de açucar, ainda temos, muitas vezes, o "trabalho escravo", a "poluição ambiental" e "redução da mão-de-obra" com os novos maquinários e tantos outros problemas.
Culpa nos usineiros? Nem sempre!
Temos então vários problemas, que se avolumam cada vez mais.
Temos o governo municipal que não “move uma palha” (e nem uma cana) para impedir que a população seja penalizada com o transporte da cana.
Temos motoristas e donos de caminhões gananciosos e inescrupulosos, além de totalmente despreparados para respeitar o cidadão, sua família e o seu patrimônio.
Temos a polícia que se diz impedida de tomar atitude mais severa para coibir os excessos e o desrespeito à legislação.
A quem apelar para uma solução imediata deste problema?
Desculpe, não quero ser pessimista se você quiser resolver logo este problema, mas respeitando todos os credos, ou apele para o seu santo de devoção, ou faça um benzimento com bastante sal grosso ou ore com muita fé.
Alguns até podem querer fazer um despacho na encruzilhada, mas tome cuidado. Se certifique que lá também não passem caminhões de cana.
Voltarei ao assunto falando sobre a municipalização do trânsito e a posição dos vereadores sobre o assunto.

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