sexta-feira, 28 de novembro de 2008

OS PEIXES E O PACB

Programas Governamentais para minimizar os mais variados problemas sociais existem aos montes, podem acreditar. Se é uma área onde os governos – tanto o estadual quanto o federal – gostam de investir esta é a social.
E por razões bem simples: a demanda por investimentos para a erradicação da pobreza e do desequilíbrio social ainda é muito grande.
Não quero entrar no mérito de alguns desses programas, mas abordar um tema que é sempre recorrente quando se fala em “Auxílio aos mais carentes”, “Trabalhos Sociais”. Quero abordar a maneira como todos os aspectos relacionados à este assunto são encarados até agora.
Esta é a área preferida dos governos populistas. A fragilidade das pessoas necessitadas na hora de um problema, torna-as presas fáceis nas mãos do populismo, que prefere “dar o peixe” a “ensinar a pescar”.
Com governos assim, as pessoas carentes que precisam de uma “baleia” para solucionar seus problemas recebem um mísera “sardinha”. E o que é pior, ficam satisfeitas e acham que o governante fez um grande favor. Ainda acabam achando que têm a obrigação de retribuir-lhe o “favor” na época apropriada, ou seja, na próxima eleição.
Estamos cansados de verificar que, infelizmente, o sistema vem funcionando desta maneira. E de “sardinha” em “sardinha”, de “migalha” em “migalha”, os problemas não vão sendo resolvidos, apenas contemporizados.
A sociedade carece de ações mais profundas, precisa de programas que ataquem efetivamente o desequilíbrio social e que garantam condições dignas para que os mais necessitados “aprendam a pescar”. E com isto, tenham a liberdade e a dignidade de “escolherem o peixe” que quiserem.
Chega de “dar o peixe” e cobrar a fatura no final do mês ou em época de eleição. Mas há um dado interessante. O povo, aquele que necessita da intervenção do Poder Público para garantir a dignidade da sobrevivência da sua família, precisa também a a se comportar diferente.
A população necessitada deve sim lutar pelos seus direitos como cidadão e não se contentar com “migalhas” ou favores que, num primeiro momento podem resolver o problema imediato, mas que não o resolve definitivamente. O povo precisa parar de incentivar os governos populistas que só trazem dano à sociedade e que não tem interesse em resolver os problemas estruturais.
Para eles quanto mais pessoas precisarem de suas “sardinhas” melhor
E isso se aplica a todas as áreas
Estamos cansados de escutar notícias de governos municipais que burlam programas como o “Fome Zero”, o “Bolsa Família”, o “Bolsa Escola” e tantos outros que existem e que surgem por aí em todas as esferas governamentais.
Governos assim funcionam como um tipo Robin Hood às avessas. Roubam dos pobres para darem aos ricos, no caso os seus próprios bolsos.
Por outro lado, o interessante é tomarmos conhecimento sobre tantos programas governamentais que poderiam ser aproveitados nos municípios e, muitos deles não o são. E não são por absoluta preguiça ou omissão daqueles que, no serviço público, tem o dever de buscar sempre melhores condições para o seu povo.
Posso afirmar com certeza, que muitos governantes não têm o mínimo conhecimento sobre os programas e recursos que poderiam ser investidos em sue município. E o que é pior ainda. Alguns desses políticos populistas nem se preocupam em tentar buscar esses recursos.
O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal é um exemplo disso. Anunciam um volume grande de recursos financeiros disponíveis, ao mesmo tempo em que contabilizam poucos projetos em condições de usufruírem deste dinheiro. E olha que o governo federal tem incentivado os municípios a buscarem esses investimentos.
Em governos populistas, que graças a Deus estão sumindo do cenário político por força da consciência do eleitor, a prioridade não é o PAC.
Uma grande corrente tem como meta outro programa instituído por eles mesmos: o PACB, Programa de Aceleração da Conta Bancária, no caso, a deles.
E outro dado é interessante.
Em alguns casos, em final de mandato a população carente não tem recebido nem mesmo a “sardinha”. Tudo por conta do PACB.

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