Quantas vezes nos deparamos com afirmações a nosso respeito, como estas: “Puxa, nunca pensei que você fosse assim” ou “Imaginava você de outra maneira” ou ainda, “Tinha outra imagem de você”.
A verdade é que cada pessoa nos enxerga à sua maneira e, a não ser que seja uma pessoa muita ligada conosco, na maioria das vezes faz a nossa imagem do modo que mais lhe interessa. Isto acontece em qualquer área da vida.
E é difícil mesmo conhecer as pessoas do jeito que elas realmente são.
Se nos surpreendemos até mesmo com as pessoas mais próximas da família, o que dirá com os demais parentes, os amigos, os vizinhos. E as surpresas podem ser tanto positivas quanto negativas, dependendo da ótica que lhes interessa e de como, afinal, a pessoa com quem tratamos nos enxerga.
Se você concorda também com estas afirmações, podemos perguntar: Minha vida realmente me pertence ou ela se escreve ao longo do tempo à nossa revelia?
Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, penso eu.
As duas afirmações têm um fundo de verdade e ambas assumem um papel importante na construção da nossa vida e no modo como a sociedade nos enxerga.
E é aí que mora o perigo. Quando nos moldamos de acordo com o que a sociedade pensa a nosso respeito e de como ela nos enxerga, enveredamos por um caminho complicado e, aí sim, nossa história pode ser escrita à nossa revelia.
Erros, acertos, imperfeições, hesitações, omissões...
Quem é realmente capaz de enxergar dentro do outro e reconhecê-lo como realmente é, e ainda, compreender as suas atitudes.
Felizmente a vida é dinâmica. Os erros podem ser consertados. Os acertos são invariavelmente recompensados. As imperfeições podem ser corrigidas. As hesitações podem ser produtivas.
Mas, e as omissões?
Para estas posturas acredito que não exista algo de positivo. Quem se omite não se dá ao direito da correção ou da recompensa. Para mim é a pior das posturas.
Erre tentando, acerte tentando. Hesite, mas tente. Mas não seja omisso.
Tenha a hombridade de aceitar os seus erros e corrigi-los. Não é fácil, todos nós sabemos. Tenha a humildade de, ao ser recompensado pelos seus acertos, dividi-los com os outros.
Desculpe-me, só não é válido ser omisso. A omissão é a ferramenta daqueles que se escondem. A omissão é o refúgio dos covardes. O omisso não tem a oportunidade de mudar nada e, por esta razão, não tem o privilégio de corrigir o que tiver que ser corrigido.
A omissão não permite os erros e os acertos, que são dois componentes tão importantes e fundamentais na construção das nossas vidas.
Devemos aprender também com os grandes sábios, que as pessoas podem não enxergar como realmente somos, mas certamente vão enxergar como nos apresentamos.
E é por isso que a vida é tão bela para aqueles que não se escondem. Temos a possibilidade de rever conceitos, destruir imagens negativas, corrigir rumos e buscar merecidas recompensas.
O Prêmio Nobel de Literatura de 2002, o húngaro Imre Kerész, 79 anos, sobrevivente do holocausto escreveu em seu livro “Eu, um outro”, a seguinte frase: A história de minha vida é a história de minhas mortes.
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Um comentário:
O omisso.
O omisso é aquele sujeito que é tão covarde que não consegue nem dar-se ao trabalho de ser mentiroso. É a pessoa que a gente acha que conhece, mas que um belo dia se traduz numa farsa com pernas. Sim, é habitual desse tipinho, ser, mostrar e fazer-se conhecer apenas até onde lhe convém… e a seleção de detalhes com permissão de expressividade muda em cada caso concreto ou pessoa alvo. O omisso é o único tipo capaz de fazer o mentiroso parecer menos pior. O mentiroso “se disponhe” ao menos a criar uma realidade fantasiosa e mesmo não conscientemente, corre o risco de ser descorberto e ter que assumir o pacote de dissimulação… mentir, no mínimo, despende mais esforço. O omisso faz pouco caso, é o duas caras… três, quatro… quantas ele escolher, dependendo apenas da fatia da sua realidade que ele permite que a outra pessoa conheça e participe. É o fulano que pode ser quem ele quiser, é um personagem, é uma mentira, assim como o é o tradicional mentiroso… mas é dono da pior forma de covardia, aquela que tenta se eximir de QUALQUER comprometimento. É a covardia do absurdo!
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